tag:blogger.com,1999:blog-48102614227010884702024-03-13T20:48:26.963-07:00GODSigla de coisa pouca.GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.comBlogger1138125tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-62368724353400603962019-01-07T08:42:00.001-08:002019-01-07T08:43:42.064-08:00NÃO SOU NADA<br />
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<div class="MsoNormal">
Não sou nada. Nada de nada. E isto é tudo quanto baste à
minha sobrevivência! Pouco mais há a dizer: basta cair um pouco para dentro de
mim e verifico que, no entanto, não serei senão uma filigrana de filamentos
procurando a ligação a alguma coisa que faça sentido. E algo faz sentido neste
mundo perecível engolido por um buraco negro sem futuro? E não serei eu já um
buraco negro? Puf…! A porra de um buraco negro, que se esgalha no fundo desse
buraco, fugindo às minhocas viscosas que o esperam de mandibulas afiadas às vísceras
desse negrume? Bem, será isto, só palavras. Mas cuidado. As palavras tudo
consomem. Ou não fossem elas a mais impura invenção do homem. Onde o bem e o
mal se assentam de cócoras com os seus mal entendidos de ódios e desaforos, de
paixões e depaupere-os. Sim. Serei uma coisa simples cuja simplicidade está em
não ser nada e, paradoxalmente, em quase tudo. Da minha janela vejo o Sol na
sua luz dourada declinando. Estou vivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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<br /></div>
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*?**?*</div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-23149828251265715012018-10-21T06:24:00.003-07:002018-10-21T06:24:38.314-07:00NUM DIA DE ANIVERSÁRIO<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Tenho o cão a meus pés, os olhos vogando pela serra sob a
cortina de nuvens e o pensamento galgando o impossível, querendo abraçar-te
onde algures cortes a meta de mais um dia dos teus anos. Mas, estando só,
estranhamente estou contigo. Viajo. Ou seria absurdo se assim não fosse: este
colóquio não faria sentido. Mas adivinhando nos teus olhos claros uma centelha
de inesperada surpresa, de uma quase alegria, conforta-me e sinto-me bem ao dar-te
um abraço à distância de um pensamento. Bem-haja quem nos faz por isso.
Parabéns.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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*****</div>
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<br />GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-38647539667254872062018-10-21T02:56:00.005-07:002018-10-21T06:15:35.429-07:00POEMÁTICO <br />
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<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Meu bisneto
é Carvalho,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
é Machado,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
mas um
Domingos por dentro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Talvez,
quando me ler,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
o seu
coração bata<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
como eu
sinto,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
o meu, bater. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-4516325598031170742018-09-25T10:05:00.001-07:002018-09-25T12:18:18.328-07:00QUADRA SÚBITA<br />
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<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Minha árvore
secou,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Minha árvore
morreu,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Com as raízes
no chão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Faz chão que
será o meu.<br />
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-65042182679619712372018-05-31T14:04:00.002-07:002018-05-31T14:04:57.563-07:00HOJE FUI AO MÉDICO <br />
<div class="MsoNormal">
30 de maio de 18<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje fui ao médico queixar-me de que estou mais velho, que as
pernas me tremem, que as vertigens transvasam os limites dos meus passos, que
ando como quando tinha dois anos, que soluço na sombra dos meus silêncios, que
os meus quotidianos soçobram irremediavelmente em todas as madrugadas, que
quando sinto o meu amor antigo o vejo olhando, incógnito e absoluto, nas profundezas
de mim mesmo; que não valho a ponta de um corno, que não tarda nada sou menos
que isso, que frito na cacimba do meu interior sem que veja borbulhar à flor
da pele senão angústias, que penso egoisticamente no eu senão eu, que choro em
silêncio escondido numa vida escoada nas bermas dum caminho sinuoso, anónimo,
desinteressante, inconsequente, trampa que não tem mais que trampa a quem deixar;
o meu tesouro está em mim mesmo, como sou, não outro. Hoje fui ao médico,
sentei-me à sua frente, vi um homem ainda novo, perspicaz, olhando-me como
olhou o doente anterior sentado onde me sento agora sem saber o que dizer
porque minhas queixas são alvadias, sem dor, uma canseira uniforme, uma murcha
cadeia de indecisões que não dizem nada, somente repito o monólogo adivinho do
atencioso psiquiatra professor doutor, ai meu Deus que saio na mesma como
dantes do silêncio citadino daquele canto escondido no 7º andar uniforme na
face do médico generoso nas palavras, tranquilo, curioso de mim, do que fiz, do
que faço, mas não me diz mais do que disse da última vez, não dizendo até
quando, porque o professor doutor isso não sabe nem eu quero saber.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje fui ao médico e cheguei a casa com compromissos
definidos para o número incontornável de comprimidos para debicar dia a dia
como galo de pescoço pelado e de cristas murchas, roxas nas pontas, amolecidas
por dentro. </div>
<div class="MsoNormal">
Vim com meu filho e fiquei a pensar que foi bom ter ido ao Júlio dos
caracóis e estar com ele como uma saudade, bebendo um pouco da vida como se
fosse a última. Sei lá. Como se fosse a última.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-58845919487179282332018-05-01T04:05:00.004-07:002018-05-01T04:05:52.546-07:00HÁ SESSENTA ANOS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Faz hoje sessenta anos que aqui desembarcamos para jamais
vivermos noutro lugar. Bastava termo-nos. É este o sentimento quase carnal do
que nos unia. Agora, meu coração dilata-se e dói-me, meus lábios têm saudades, meu
caminho converge somente nesse sentido. Sinto-lhe o hálito e morro de sede, ansioso,
submerso num oceano derradeiro, infinito, imensurável. Somente coabito nos meus
rebentos. Árvore nodosa, de ambiciosa sombra, sonha, pensa e coexiste. Sabe-se
lá até onde, sabe-se lá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
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<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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::::::::::::</div>
<div class="MsoNormal">
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<div class="MsoNormal">
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<br />GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-65909907377563707852018-03-22T12:07:00.004-07:002018-03-22T12:07:37.203-07:00QUEM SOU EU?<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
QUEM SOU EU?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
…não sei o que me dói<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
se isto que sinto será dor<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
ou outro sinal qualquer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
em forma de nenhuma ideia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
…e nos muros à minha volta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
seja lá eu o que for<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
partícula ou coisa nenhuma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
átomo sem núcleo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
pensamento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
um só corpo adormecido<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que ao acordar se vê sopro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
duma luz por decifrar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no cosmos onde me situo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
ao fundo de qualquer lugar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no imaginado infinito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
onde o mar se faz mar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
quem sou eu na luz efémera<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sentado neste lugar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
*</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-59303956904134836052018-01-12T15:03:00.003-08:002018-01-13T03:25:05.727-08:00À MINHA BÉBÉ<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Há sessenta e dois anos, o dia de hoje foi chuvoso, uma
chuva cacimba que molhava irremediavelmente o ser e as coisas, até o
pensamento. Eu não dava por isso, encharcado de véspera, quente por dentro,
trémulo por fora, num dia especial, culminante, irrepetível, iniciático e cheio
de emoções, que acontece só às pessoas simples, ingénuas e apaixonadas. A história
tem sempre um dia destes, irremediável, definitivo. E este foi o da minha
história, porque nada seria como dantes. Depois, subida a rampa, a descida vertiginosa
e imparável, acabaria um dia num rasto perecível em areia mole. Fiquei só, com
rebentos viçosos ao meu redor, resguardado de ventos e intempéries. Mas ainda
hoje a sua imagem desce no meu sono e seus olhos iluminam o universo infinito
dos meus pensamentos. Os seus olhos! Negros, imensos, incomensuráveis no meu
sentimento perpétuo. As suas mãos, pequeninas e afáveis, ao redor do meu rosto,
enquanto chorávamos no quarto frio da nossa primeira noite. Um choro quente e
possuído, um terno chapinhar em estranhas mágoas, uma osmose de fluídos mútuos de
suprema felicidade, o que não tem dimensão e ser verdade. Hoje choro por dentro,
em silêncio, como um mendigo, solitário e triste. Tenho consciência da minha
inconsciência em dados momentos da nossa vida e tenho pena, muita pena. Não é visível
no meu rosto sem rugas as rugas que tenho por dentro. Não peco por excesso. É
verdade o que escrevo. Encarno o que digo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-13548772638033933242017-11-14T12:36:00.003-08:002017-11-14T14:57:34.761-08:00O RECOLHER DOS PÁSSAROS<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 2.0cm; margin-right: 56.65pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
Vejo da minha janela o recolher
dos pássaros saltitando de ramo em ramo, até se aninharem rolinhos de penas, nos
plátanos com suas folhas avermelhadas e cadentes. Do chilrear ao silêncio, vai
um espaço de penumbra que de repente se esvai em breu, num outono atípico que teima
ficar. E se ainda agora era dia, o sinal da noite está no reflexo do candeeiro
onde, há pouco, os pardais e as árvores me faziam pensar. E este cubículo, de
um momento para o outro, é mesmo um cubículo, um nicho pequeno, onde teimo
poisar como os pássaros lá fora, numa pernada envolta, num raio de luar.
Todavia, não fora a monotonia do som vindo de fora, o silêncio seria a cúpula
do universo, onde me sentiria privilegiado, solto, como aqueles pássaros no seu
espaço durante o dia. Quando não se tem mais senão um cubículo com um eu, mais
nada, possuímos tudo, como um rio que ao passar nos leva também desenhado nas
águas correndo para o mar. E o mar é tudo. Sempre foi. Barreira e universo sem
barreiras, criado pelo próprio universo sem barreiras em si mesmo. Se de água
somos feitos que seria deste cubículo sem uma gota de água? Sem uma flor na
janela e uma janela sem mim? Mas, ao contrário do que penso, neste cubículo não
há nada senão uma sombra: uma sombra de mim que não consegue encontrar a outra
sombra embora haja sombras por todo o lado deste cubículo e, no cumulo, dentro
de mim. Podem pensar o que quiserem, se algum dia vierem a este cubículo. Somos
todos livres de pensar. Mas seria um erro se me julgassem em devaneio. Como não
é devaneio esta dor de dentes que me faz encolher os dedos dos pés; como não é
devaneio o frio nas minhas pernas; como não é devaneio o frio dentro de mim; como
não é devaneio sentir-me só rodeado de tantas coisas que um dia não serão mais
coisas, seja em que universos forem fora de mim. O melhor que me poderia
acontecer, era a poesia residir no âmbito deste cubículo. Mas se nem um verso
concebo, como deixar de ter tanto frio?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 2.0cm; margin-right: 56.65pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 2.0cm; margin-right: 56.65pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 2.0cm; margin-right: 56.65pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 2.0cm; margin-right: 56.65pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-36857011902961087292017-11-08T14:58:00.003-08:002017-11-08T14:58:42.959-08:00O DESENHO DE VÉNUS<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Primeiro, traçou-lhe as linhas do corpo ereto, os braços
desenhados ao alto, as mãos sobre os cabelos negros e compridos, num rosto
redondo de sobrancelhas arqueadas, olhos rasgados, sombreados, profundos, a
curva do queixo num pescoço esguio e delicado, os ombros sob os cabelos
descidos ao busto, dispersos nas mamas de mamilos que se adivinham rosados,
neutros, mas que acariciados serão bicos carnudos, de dureza sedosa, para os
lábios que lhes sugarem o humos imaginado, à pressão de quaisquer flébil tremor;
a segurança do traço arredonda-lhe os seios, firmes e elásticos, de curvas harmoniosas,
que apetece suster numa caricia silenciosa e branda; depois, o enlevo das ancas
em risco sinuoso, sensual, de uma lisura imaculada, duas meias luas
deslumbrantes, finamente desenhadas num traço negro vertiginoso e implacável,
às coxas voluptuosas, à elegância das pernas e dos pés poisados num chão de
riscos cruzados, aleatórios, quase azulino mar; depois suspende o lápis, olha a
esbelta figura e pareceu-lhe uma catedral sem pórtico, um corpo sem alma; emenda
as coxas unidas, elimina o traço central, abre-lhe as pernas redondas, uma
perfeição, um chamamento à cúpula de triângulo invertido com uma vulva nua,
excessivamente branca; mais uma vez reflete, com o crayon no ar, analisando a
desenhada figura e num gesto repentino sombreia-lhe os olhos, entreabre-lhe os
lábios e numa emoção, alisa-lhe o ventre e, o lápis subtil, dá forma a um
pequeno nicho, colocado no centro, onde um distraído dedo lhe irá tocar; dali
desce ao púbis, uma dissimulada nervura, uma ofuscante mancha, um discreto e ínvio
sinal de prazer e veste-lhe o triângulo num monte de negros e densos
filamentos, crespos mas sedosos, titânicos: uma guarda perversa de enganos,
escondendo a ferida, o vulcão, o imaginário obcecante dos voyeurs e dele que,
ao desenhar não mente pelas sensuais <i>nuances</i>
dum lápis cego e afiado; mas nada o satisfaz naquele desenho insípido que quer explícito
e convincente; pega numa borracha e apaga algumas formas, abre-lhe mais as
pernas, curva-lhe o busto, passa-lhe os dedos pelos seios e adensa a sombra dos
mamilos, dos sovacos e das virilhas, reduz-lhe o monte Vénus e, no vértice, uma
pequena virgula, um pequeno risco, assinala o planisfério, a entrada para os
confins do mundo impossível na ponteira do seu lápis, ferramenta de sua criação
e dos sintéticos orgasmos da sua imaginação; guarda o lápis e fica olhando a
bela e o monstro, nos riscos confrangedores saídos de sua mão; a outra alisava
uma folha branca que dizia nada. <o:p></o:p></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-61363752759714900402017-11-06T15:23:00.004-08:002017-11-06T15:23:46.889-08:00MAIS UM DIA<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Mais um dia ou menos um dia? Eu diria menos um dia do tempo
de minha vida, agora, carregada de vírgulas e despojado de algo que preencha um
vazio mal cheiroso e parco de ideias. Não ter ideias é uma desoladora falha da
criação que faz do homem um ser paupérrimo, empecilho, fantoche sem cabeça. E
passados estes minutos de meditação não me sinto melhor. Vou divagando e nada
mais que isto. Mas não quero deixar de pensar porque ao pensar existo. O sol já
caiu para lá dos montes e o que tenho na janela, são as sombras oscilantes dos
plátanos, o começo da noite. Mais uma e menos um. Não dá para compensar.
Quantos faltam, avô? Pensei na minha neta. Sei lá. A verdade é que já me sinto
cansado. Não faltarão muitos mais. Vamos então dispersar as ideias. E esta? Já
dão para dispersar! Quer dizer, no miolo, na mioleira, nos interstícios da
memória, cá dentro, por ondem circulam os fantasmas, os meus queridos
fantasmas, os que me esperam e os que ainda me acompanham vivazes ou fartos de
mim mas que ao meu redor preenchem minha vida ou, de longe, me acenam uma
lembrança cariada ou, pelo contrário, ainda com sinais da uma comoção gerada
por entre as casas, as árvores e os crepúsculos. Porque nos bosques se fabricam
as intempéries e as emoções. Nas penumbras, o amor. O ódio surge devido aos
incorrigiveis erros dos homens bastardos, ingénitos filhos da Natureza. Mas estes
pensamentos não me animam tanto mais que a calma me atormenta neste isolamento
irremediável. Os outros, como aqueles por detrás do muro da minha imaginação,
surgindo envoltos de hera verde, húmida e tenra, por ali abaixamos até á flor
do chão, os outros, sim. Incorrigiveis lembranças, desejos de purpura, genuínos
anseios tão distantes e tão próximos da puberdade. Como este devaneio. Umas
mãos pequeninas, sedosas asas voando no meu dorso suado de indescritíveis
canseiras e os suaves murmúrios de um hálito sopro genuíno e casto, no corpo
desnudo de membros entrelaçados vigorosos e ternos, a bênção das mamas rijas e
opulentas sob minhas mãos, vórtice de imaginados mistérios, incontidos soluços
nas profundezas da alma, o púbis volumoso e macio, esmagado nas minhas coxas, a
cratera, a boca infindável ao sabor das línguas. Aquele nó na garganta, os
gemidos perversos dos dois colados num só corpo e as bocas que se querem e não
se contêm. E tudo num ápice se dilui numa realidade funesta, cruel,
incontornável, a deixar-me assim neste computador onde alinhavo como um
sonâmbulo os caminhos irreversíveis sem eira nem beira que, lamentavelmente,
devia guardar, bem fundo, na arca dos cadernos avulsos. <o:p></o:p></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-65776544510472177052017-11-03T18:50:00.002-07:002017-11-03T18:50:47.616-07:00É MEIA-NOITE<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 70.9pt; margin-right: 70.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 70.9pt; margin-right: 70.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
É meia-noite e estou aqui mas
onde haveria de estar se mais lugar nenhum está ao alcance senão do pensamento
e o pensamento também se cansa e ao olhar para dentro dá tantas voltas que
volta e meia volta para trás esbaforido com medo de ter medo do que pensou ao
raspar na gravilha dispersa pelos muros sem glória que o circunda e sangrando
fixa o olhar num retracto que sorri num esgar perpétuo à eternidade e deixa-se
ficar contrafeito pesaroso imaginando o local por detrás da imagem daquele dia
e desfia-se nos encontros inesperados à beira do rio num banco de jardim e do
flash inesperado que ali ficou e agora imóvel estigmatiza quem lhe fixa a
rigidez da pose irremediável mas a noite envolta em silêncio deixa ouvir quem
passa lá fora rolando no chão molhado enquanto alinho palavras que vêm à tona
neste zunido do tempo que passa há muito sempre igual mas afunilando quase em
risco de quebrar e eu sem inspiração de criar qualquer coisa que me dê gozo de
estar só e nem um verso e nem nada nem o frustre desejo de não ser.<o:p></o:p></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-69532551346689948962017-11-02T13:25:00.002-07:002017-11-02T17:41:19.832-07:00HOJE<br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Hoje, pareceu-me, as pessoas que encontrei, olhavam-me mais atentas. Que pensariam? Talvez o mesmo que eu, quando vou numa vaga estratégia de galgar por cima de lugares comuns a fazer de conta que não pertenço àquele momento fútil de passagem. Mas, na verdade, sem dar-nos conta, é que pensamos, por isso mesmo. O pensamento não tem limitações, galga quilómetros e encruzilhadas. Está incógnito num olhar, num bocejo, num encolher de ombros mas, quando se liberta, só a morte o<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"> condiciona e na ponta de uma caneta, coisa simples, pode estar o génio em suprema criação. Mas olhavam-me, porquê? Seria do boné? De ir com meu cão sem trela? Do meu passo cuidadoso e incerto? Todavia, que tenho eu com isso? Nada. Mas porque o notei hoje, desta forma tão especial? - Não quererás, certamente, trôpego sisudo, responder a ti próprio. Esquece. - Comprei a sopa, vagueamos pela praça solarenga, encontramos minha filha, conversamos sobre JP e os massacotes. Subi a rampa. Não havia ninguém que me visse e parei quanto quis. Chegamos a casa, descansamos um pouco, o Raudi aninhado no meu colo e veio-me tanta coisa à memória que me custa dizer. E lá está ele, meu pensamento, todo nu e sem reservas, tão cheio de cruzamentos na limpidez da memória!</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-12078021381518874742017-10-31T12:25:00.001-07:002017-10-31T12:25:16.168-07:00UM PEDAÇO DE HÁ POUCO MAIS DE UMA HORA<br />
<br />
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<br /></div>
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<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Olhei pela janela a franja dos jazigos e o muro branco da
igreja, acabei as coisas das coisas de um homem só, sentei-me, depois, mais
cansado do que cansado, fechei os olhos e, ao começar a volta ao mundo,
deparei-me com o sorriso de Manuel Pisco, porque, ao pensarmos num amigo, sentimo-lo
como era, não como foi. Sempre jovem, com aquela juventude simulada que não
surpreendia por estar nele e na forma como andava nos passos da sua vida e dos
personagens à sua volta, entre a verdade e a mentira, talvez sempre verdade,
talvez sempre mentira, a inventar o amor, as mulheres, os romances e o
dia-a-dia de outros tempos, como se estivessem ao dobrar da esquina ou (como
era loquaz!) ao portão do seu quintal quando se esgueirava de casa. Escrevia
livros onde, elas sempre apaixonadas e ele sobranceiro, frio e calculista, as fazia
soçobrar ao seu encanto. Escutávamo-lo sorridentes como quando o víamos olhar
as montras da baixa como haréns de porta aberta às suas maquinações. Era o
Pisco que víamos passar, em frente do Zé Cordas, com a moça mais bonita da
nossa geração; o Pisco de nariz afilado e ar zombeteiro, pouco credível, que
nos olhava de revés aqui vou eu e, já careca, assim se foi. Porque pensamos
nestas coisas no descanso de nossa mente e assim julgamos, se a vida já passada
nada confere. Puro engano. O homem rico quando pobre assim fará. Que maior
riqueza terá o homem para recordar se não naquela que lhe concedeu o privilégio
de ser? Porque o homem tal como é não o era sem passado. E todos nós somos
todos e todos estão dentro de nós. E assim os pensamos, mesmo quando nada nos
faça prever que apareçam no escuro de nossos olhos fechados.</div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-72782475064637087802017-10-27T17:08:00.002-07:002017-10-27T17:09:12.643-07:00CÂNTICO <br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Filho, és meu pai e meu irmão,<br />
montados num cavalo de pau<br />
sobre as pedras do infinito.</div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Meu irmão, diz-me então,<br />
como se fosse verdade,<br />
que nossos barcos de papel navegam num rio de perolas transparente.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Se és meu pai, que cor tinham os olhos de minha mãe<br />
e leva-me pela mão sobre o fio de uma espada ao horizonte<br />
e não me deixes cair na raiz da luz de piteiras descarnadas.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Filho, então, será teu pai, teu filho e teu irmão.<br />
Todos, sobre os sulcos do barro e dos riachos dentro de nós,<br />
cantaremos nosso amor à flor perfumada que nos trouxe à vida.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Os dois, de cabelos brancos e ralos, seremos dois<br />
parecendo o que quiserem: irmãos, também,<br />
sendo filhos do mesmo Pai e amantes da mesma Mãe.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-81668120053040566662017-10-26T17:01:00.001-07:002017-10-26T17:01:31.563-07:00ANTES DE ADORMECER<br />
<br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
ANTES DE ADORMECER<br />VIAJO E PENSO NA DISPERSÃO DOS MEUS SENTIMENTOS</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
na minha solidão de olhos fechados viajo pelo mundo;<br />sem ir à Índia estou em Mumbai Calcutá subo os Himalaias <span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br />desço o Pacifico ando nas ruas de Manhattan;<br />lancho com meu pai na fonte da Tareja;<br />com ele sentado à porta da praça enquanto aguardamos a visita a minha mãe<br />no hospital de Setúbal<br />assamos carapaus num fogareiro de barro e comemos sós<br />cada um de nós dentro dos dois;<br />a ida com ele a Castelo de Vide<br />onde deixei cair o relógio “cosmos “que me tinha oferecido<br />pelo exame da instrução primária<br />causou-me um desgosto vertido à janela do combóio<br />um desgosto com cicatriz;<br />oiço o pedalar da máquina de costura de minha mãe<br />pelas noites intermináveis<br />e por entre as tarjas pretas de todas as janelas da II Guerra Mundial<br />a fila interminável para a compra do pão escuro em frias madrugadas;<br />o meu primeiro cigarro de barbas de milho<br />os outros chesterfields escondidos no muro do quintal;<br />a minha timaribotas o seu cheiro a campo e a lareira;<br />penso nos amigos que já não tenho<br />e naqueles que estão à minha beira;<br />dou a volta ao cais de Alhandra e colho uma rosa que lhe trago<br />os olhos dela grandes negros risonhos<br />e volto-me para a esquerda sobre o coração angustiado<br />abro os olhos para a escuridão do quarto<br />e tudo é antigo à claridade vinda da noite<br />o barulho silencioso de nenhuma respiração<br />volto-me para o lugar vazio e toco nele no vazio<br />na transparência queimada de um corpo nu<br />colado à minha pele<br />à minha alma à minha amargura<br />à minha impotência à minha saudade;<br />oiço alguém que bate no casco do Andreia a dizer-nos que temos mais um neto;<br />a subida do Guadiana e o repasto das amêijoas em Alcoutim;<br />quantos dedos faltam avô<br />na pressa de Catarina na Serra do Caldeirão;<br />os cruzeiros a Cádis as aventuras em Porto de Stª. Maria<br />a viagem no Andreia II de Alhandra a Quarteira com minha Catarina;<br />o amor dela pelos cavalos o seu primeiro alazão os seus primeiros amores;<br />um portão enorme como um arco do triunfo e no arco meu irmão;<br />aquele abraço o último de meu pai;<br />o grito lancinante de minha mãe à morte do filho<br />o nosso Quim;<br />as subidas do Tejo<br />os queijinhos da Carvalha e os tintos do espicho na adega do timanel;<br />a primeira noite no São Domingos<br />e o meu amor aninhado no seu cantinho<br />que foi sempre seu nas nossas noites e cumplicidades<br />os luares e sossegos duma vigília comum<br />a nossa nudez no oceano aberto sob um sol acolhedor e jubiloso;<br />os nossos silêncios<br />os nossos olhares cúmplices que se misturavam genuinamente entre si;<br />o seu último olhar<br />o último pairando no meu sono que se esvai lentamente<br />caindo num sonho.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-12020738383251551822017-10-24T10:05:00.002-07:002017-10-24T10:20:34.917-07:00O HOMEM DO CÃO<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
…o homem do cão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
o cão do homem,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
o cão do cão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
o homem do homem,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
o homem sem cão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
o cão sem homem,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sem homem nem cão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sem cão nem homem,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
os cães da humanidade,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
a humanidade dos cães,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
os cães sem humanidade,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
a humanidade sem cães,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que seria do cão?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que seria do homem?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-25268761183693961332017-10-18T09:33:00.003-07:002017-10-18T09:41:33.583-07:00A INÉPCIA DA MINISTRA<br />
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<br /></div>
<br />
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O caso, é que a inépcia já vem detrás, ao tempo de Assunção
Cristas, cabeça de galinha, fala-barato que fala de cátedra como se tivesse
muito para ensinar ao povo; hipócrita, que no seu tempo, como Ministra da
Agricultura, decidiu, erradamente, o enquadramento rural, naquela zona, a favor
de interesses instalados. Já não tenho muito tempo para me preocupar com estas
coisas mas esta hipocrisia generalizada agonia-me. Fazem deste protagonismo “politico”
sua profissão. E é por esta razão negativa que são desprezados. Em minha
opinião, que vale o que vale, esta Senhora Assunção, em vez de criticar a sua
antecessora, com uma moção de censura, deveria ir para casa lavar roupa suja se, para tal, tivesse jeito. Duvido. <o:p></o:p></div>
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<br />GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-87378157447418421422017-10-17T08:07:00.003-07:002017-10-17T08:29:17.498-07:00CHARNECA<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Na orla da floresta, o espaço, de imagem antiga em
auto-retrato, era uma perplexidade que moderava o desejo de procurar entre as árvores
as silhuetas afins, com os ramos entrelaçados no passado dia-a-dia que deixou
marcas difíceis de imaginar naquela altura. A expectativa criava essa cautela.
Como estariam as mais velhas? De que caruma se revestiam? Que toques deixariam
em minhas mãos? Que abraços me dariam os seus troncos e que troncos sentiriam
no meu tronco? Estariam todas as árvores da floresta que em tempos nos encheu de
esperança por entre suor e lágrimas, onde os temporais da incerteza culminavam
em bonançosas amizades? Que árvores o tempo derrubou e que árvore iria
encontrar? Assim, em solilóquio profundo, entrei onde o barulho das vozes se
fazia sentir e não estranhei a selva: era o meu bosque. Entre alguns carvalhos
nodosos, as libélulas faziam-me voar com elas, nas zonas mais frescas: hortênsias, jasmins, tulipas, ainda viçosas, entre rosas que foram rosas ainda
bonitas. E absorvi o perfume de todas e juntei-me às pernadas das árvores do
meu tempo e saboreei a frescura do pasto desse dia como se esse dia fosse um
dia especial em que as sombras se juntam num manto de pureza e saudade. E quando
abandonei o prado, árvore velha, de raízes fracas, dobrada pelo vento, tropecei
nos degraus para a clareira de terra batida e olhei os sorrisos condescendentes
de quem estava no terraço observando meus passos vacilantes no regresso a casa.<o:p></o:p></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-80758151541943275582017-10-04T13:57:00.002-07:002017-10-05T03:02:04.993-07:00AO CAIR DO DIA<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Está calma, a tarde, excessiva lá fora, onde o tempo não se houve e o plátano parece uma túnica de folhas verdes amareladas no vidro de minha janela. E a luz magoa entrando assim, indiscreta, na minha intimidade. Enquanto meu cão dorme, a meus pés, com os tiques nervosos dum sonho, penso: que sonhará ele, que tertúlias revivem no âmago do seu corpo ali deitado? Como será que ele me vê no seu sonho? E fora dele porque se prende a mim de forma apaixonada, idolatra<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">, comovente? Também o amo. Está calma a tarde, mas aqui dentro o silêncio é doloroso e um sopro cavernoso teima a fazer-se ouvir pelo interior das coisas mesmo que tente vaguear de mãos nos bolsos por onde sei lá onde longe de mim. Levanto os olhos sem saber porque os levanto e à minha frente há um beijo perlongado que me detém, um pôr-do-sol por detrás dum barco pousado em águas mansas, a popa do São Domingos com a sombra de um boné de alguém que amo, os clichés P&B de outros tempos, um morango na ponta dos dedos de uns olhos olhando os mistérios de eles mesmo, as pequenas coisas do dia-a-dia espalhadas pela mesa, o relógio marcando dezoito e quinze, o rabo magoado de estar aqui sentado, o Raudi a meus pés olhando para mim dizendo das suas necessidades e este dourado cair de mais uma tarde quente de Outubro. E este silêncio de estar só não é bom nem mau. É silêncio puro e simples de uma pessoa só em momentos cada vez mais numerosos, cada vez mais desejados como se houvesse pressa de encurtar caminho. Umas patas nervosas nas minhas fizeram-me fixar uns olhos suplicantes. Está bem, vamos à rua. E fomos. Depois de parar no sítio habitual ele continuou cheirando tudo quanto era sítio, eu olhando descuidado não vendo nada. Até que minhas rosáceas interiores assinalaram uma contramão inesperada de roliça fêmea de seios redondos e ancas incandescentes, imensos olhos negros de olhar purpura, flor de mil pétalas, corsa sadia fora de meus trilhos, insinuando-se sem querer num escalavrado mioma esquecido de o ser. E o Sol ia caindo para o outro lado do horizonte ao encontro de múltiplas paisagens, de cálidos cismares, de romances onde o homem é fértil em plantar os mais estranhos silvados de amor e ódio, na vida do próprio homem. Todavia, as flores continuam a surgir cada vez mais bonitas e glamorosas, no seu nascimento e morte.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-57435783661831172102017-09-26T15:12:00.003-07:002017-09-26T15:12:35.571-07:00SENTADO NO MEU RECANTO<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
Sentado no meu recanto,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
fecho os olhos, vejo o mundo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
vou para lá das estrelas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no escuro mais profundo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sem nenhuma escuridão – <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que no fundo, tudo brilha,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
como a luz dos seus olhos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que ao fechá-los me levou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
do recanto onde estou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
aos sonhos de onde a vejo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
em suas flores de papel<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
vermelhas de meu desejo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
colocadas por suas mãos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
na estante à minha frente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
entre livros e bibelôs<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
abro os olhos para vê-la<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
liberta de solidão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
como se vogasse no tempo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
abraçada no meu voo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sem nenhum tempo de a ter<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
vogando pra onde vou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
tão por dentro do meu sonho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nesta forma de sonhar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no meio da escuridão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sem a chama de uma vela<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
criando as suas sombras<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
como no centro da terra<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
como no centro do mundo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
e à sombra da luz solar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
se perde a curva do astro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
na concha de minhas mãos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nas rugas de minha pele<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no silêncio que estou ouvindo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nos pingos de chuva caindo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sentidos na minha cama<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
mas vem de longe o murmúrio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
ferindo dentro da noite<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
segredos de minha mente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
poisados nalgum recanto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que me faz pensar vê-la<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no chão coberto de seiva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nos caminhos que trilhámos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nos bosques de erva tenra<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
à sombra de muitas árvores<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no calor de muitas camas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
em noites de muitas febres<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
de febres em muitas noites<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
seios esmagados delírios<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
hálitos de ébrios suspiros<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
de olhos cerrados amantes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sonho amargo de saudade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sentado no meu recanto:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
fecho os olhos, vejo o mundo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-56219148824457212622017-09-21T11:46:00.004-07:002017-09-21T16:42:28.681-07:00A FLOR DO MANJERICO<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
oh!... flor que te imagino<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
de pureza branca e terna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
maior que o universo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que é pecado dos poemas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
espalhados pelo mundo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nas folhas dum manjerico<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
perene volátil e suspenso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
no ar podre onde me fico<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
pasmado da indiferença<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
com sua vida tão curta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
que das entranhas da terra<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
sobe e sangra e floresce<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
perfumando a podridão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
nos beirais de toda a casa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
na terra de todo o chão<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
esta flor pequenina<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
morrendo em minha mão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-20216656940676608352017-09-12T17:03:00.004-07:002017-09-12T17:03:35.032-07:00SER VELHO<br />
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<div class="MsoNormal">
Velho, a palavra referindo-se ao homem, é o vocábulo com
maior carga de amor, quando dele se trata. No entanto, é um pouco ambígua esta
coisa de um homem carregado de amor. Até os santos algum dia se penitenciaram
por falta dele. Mas ser velho é um privilégio da existência que, todavia, exige
que se aprenda a envelhecer. O homem novo pode ser velho e um velho pode não
ter idade. O que quer dizer que estar velho pode não ser da idade mas de um
desgaste no tempo. Ser velho a tempo inteiro tem as suas benesses como
ouvirem-no sem lhe ligarem muito, ajudarem-no no carrego trivial, ouvirem-lhe
as histórias com bonomia fazendo de conta, fazendo de conta que conta o cansaço,
fazendo de conta até ao apito final. Mas chegar a velho é lá chegar no
cumprimento de uma existência. É viver. E eu quero, obstinadamente, continuar a
ser velho, até que este velho se canse de ter vantagens.</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-53484412002809436532017-09-12T09:45:00.002-07:002017-09-12T09:46:53.103-07:00A MINHA BÉBÉ<br />
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<div class="_1dwg _1w_m" style="font-family: inherit; padding: 12px 12px 0px;">
<div style="font-family: inherit;">
<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_b" style="font-family: inherit; font-size: 14px; line-height: 1.38;">
<div class="_58jw" style="font-family: inherit; font-size: 24px; letter-spacing: 0px; line-height: 28px; margin: 7px 0px;">
<div style="font-family: inherit;">
A minha Bébé vive no meu coração.<br />
Só morre quando eu morrer.</div>
</div>
</div>
<div class="_3x-2" style="font-family: inherit;">
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</div>
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<div style="font-family: inherit;">
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<div style="font-family: inherit;">
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<div class="_3399 _a7s _610i _125r clearfix _zw3" style="border-top: 1px solid rgb(229, 229, 229); clear: both; font-family: inherit; margin: 0px 12px -4px; padding-bottom: 2px; padding-top: 2px; zoom: 1;">
<div class="_524d" style="font-family: inherit;">
<div class="_42nr" style="display: flex; flex-direction: row; font-family: inherit;">
<span class="_1mto" style="display: flex; font-family: inherit; height: 32px;"></span><br />
<div class="_khz _4sz1" style="display: flex; font-family: inherit; position: relative; width: 85.5625px;">
</div>
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<br />GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4810261422701088470.post-41209846826332928422017-08-18T11:07:00.004-07:002017-08-18T11:07:46.095-07:00INTROSPECÇÃO<br />
<div class="MsoNormal">
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Às vezes, quase sempre, pensamos ser o núcleo salgado de uma
lágrima que nos corre pelo rosto e, todavia, não temos a importância maior para
esse copioso chorar. A dor dos outros não é míngua da nossa. O nosso sofrimento
é o nosso sofrimento: não um sentimento improvável noutro sofrimento. Por outro
lado, é um estado entre parêntesis da nossa lamentável ignorância, do nosso
supremo egoísmo. No entanto, custa-nos aceitar esta característica tão singular
e evidente, da nossa espécie. O ser humano tanto pode fazer poesia como cometer
as mais estranhas desumanidades. E as desumanidades são os crimes mais
horrendos que o homem despreza por sua índole, porque pensa, por sua matriz
inviolável e intransigente. Por isso o homem luta inabalavelmente contra o
homem desde o princípio do homem. Hoje, como ontem, nascemos e crescemos,
condicionados às infinitas e malévolas, características da condição humana.
Matricida, parricida, fratricida, o homem vai ao genocídio: é o pior dos
animais. Haverá sempre espécimes em extinção enquanto o homem não for extinto,
enquanto o homem não se suicidar. Desde a infância que a História nos dá conta
das indescritíveis façanhas do homem: do homem inteligente e santo, do homem
terrífico e cruel. Mas os acontecimentos de transcendente memória foram os do
homem pelo homem, devido ao seu egoísmo mental e cruel. Ontem como hoje. Amanhã
quem será o herói das manchetes tão a coberto pelos direitos do homem?<o:p></o:p></div>
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GODhttp://www.blogger.com/profile/05288407067779432428noreply@blogger.com0